segunda-feira, 14 de julho de 2014

Médicos devem aliar a tecnologia com o exercício da medicina

A medicina e a tecnologia estão unidas no exercício diagnóstico e cura de pacientes. Mas, é preciso cuidado para que o uso dos aparatos tecnológicos seja sempre em benefício do paciente. É o que destaca o representante da Bahia no CFM, o conselheiro Jecé Brandão, que escreveu o livro “O médico no século XXI: o que querem os pacientes?”- no qual aborda, dentre outros assuntos, a relação médico-paciente, ética médica e bioética clínica. Jecé destaca que diante da tecnologia o discernimento do médico sobre o procedimento mais adequado se torna ainda mais imprescindível. “A premissa absoluta ou imperativa categórica do direcionamento do trabalho médico é a identificação rigorosa da real necessidade do paciente em ser submetido àquela tecnologia, que pode ser curativa e salvadora, mas também agressiva,  invasiva e danosa”, observa.

Conforme o conselheiro, o médico deve agir com ética profissional. “A tecnologia tem que ser aplicada com um cuidado ético, pois tem sempre o potencial de efeitos colaterais”, argumenta. A escolha do procedimento a ser adotado deve acontecer em ambiente de confiança onde o profissional explique todos os riscos e a indiscutível necessidade de sua utilização.

Internet
Do outro lado da relação, a autonomia do paciente em buscar informação sobre as doenças, com o acesso à internet, tornou-se uma realidade presente na atividade médica. Situação que o médico não deve temer e os pacientes precisam ter cautela para não ocasionar a prática da automedicação, que é prejudicial, já que o indivíduo não é acompanhado por um profissional. “Acredito que cada vez mais a importância do médico crescerá, exatamente porque com o acesso da população a informações sobre doenças, ela vai perceber o grau de complexidade e risco que é se automedicar”, considera Brandão. Conforme o conselheiro defende, o papel do médico, diante do paciente “bem informado”, é esclarecer as dúvidas e compartilhar as informações, a fim de contribuir para que os dois possam em decisão deliberada definir o melhor tratamento. “O médico deve respeitar o desejo e a opinião do paciente, desde que a opção seja por um tratamento tecnicamente justificável”. 

“O profissional deve acatar a palavra final do doente. É o cenário da medicina ideal, porque médico e paciente devem sempre estar em cumplicidade”, explica. O médico tem que ter uma formação humanística para saber como construir uma relação de confiança com o paciente e ao mesmo tempo lidar com as tecnologias. Além da aptidão de cuidar de pessoas, o estudante deve ter na graduação mestres que possam oferecer os princípios de psicologia, sociologia, antropologia e história da medicina. “Acreditamos que vamos formar esse médico com tecnologia agressiva e resolutiva, curando ou aliviando o curso da maioria das doenças, mas dotado de generosidade, suavidade e leveza na sua prática diária, sob os princípios da dignidade e cidadania”.


FONTE: CREMEB – Conselho Regional de Medicina da Bahia

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