terça-feira, 26 de abril de 2016

Por dentro da mente de grandes personalidades

Ao analisar diversas biografias pesquisadora diz que grandes personalidades tinham comportamentos associados com transtornos mentais diagnosticados hoje em dia.


      Claudia Kalb, autora de “Andy Warhol was a hoarder” (Andy Warhol era um acumulador), examinou biografias, autobiografias, cartas, diários e relatórios médicos em busca de informações sobre 12 indivíduos extraordinários. Descobriu que todos tinham comportamentos associados com doenças mentais diagnosticadas na atualidade.

       De acordo com a pesquisadora, Charles Darwin, por exemplo, ficou muito estressado com o trabalho que fez para "A Origem das Espécies". Com isso, além dos sintomas físicos, como mal estar, vertigem, enjôo, dores de cabeça, alteração de visão, entre outros, isso teve um peso e, de fato, ele começou a se sentir melhor depois de publicar a obra. O biólogo registrou mais de 400 cartas em que fala sobre sua saúde, tendo inclusive um diário no qual registrava minuciosamente como se sentia. Se o biólogo estivesse vivo hoje, ele seria, provavelmente, diagnosticado com um transtorno de ansiedade.

      Diagnosticar uma pessoa morta não é uma ciência exata, mas Darwin deixou tantas informações sobre como se percebia fisicamente que vários especialistas se aventuraram em fazer isso, chegando a conclusões que vão desde a intolerância a lactose até problemas no funcionamento do sistema nervoso autônomo. Porém, ainda de acordo com Kalb, uma regra entre psiquiatras é não diagnosticar ou discutir pacientes que não tenham estado no consultório. Mas, em alguns casos, como de figuras muito conhecidas, isso ajuda a entender seu comportamento.

      Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos, também foi foco de análises e debates sobre uma possível depressão. De acordo com relatos de pessoas que o conheciam, ele aparentava profunda tristeza. Ele dizia que o trabalho lhe matinha ocupado e que o humor era sua válvula de escape, até mesmo para suportar a morte de seus filhos.  Lincoln realizou tantas coisas, explica Kalb, que se tornou um exemplo de que a depressão não define uma pessoa por completo: é possível alcançar muitas coisas maravilhosas ao se encontrar uma forma de lidar com ela e de se distrair da escuridão. E isso, segundo a escritora, foi uma das sensações que ficaram com ela após terminar seu livro: uma grande admiração pelos personagens que investigou, pelo fato de terem chegado tão longe apesar da carga emocional que levavam em seus ombros.








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